Óbito Fetal no Fim da Gravidez: 5 Verdades que Viraram Notícia

Óbito Fetal no Fim da Gravidez: 5 Verdades que Viraram Notícia

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O óbito fetal tardio, que é o óbito fetal no fim da gravidez, é uma dor profunda, silenciosa e, muitas vezes, mal compreendida. Apesar do avanço médico e dos cuidados pré-natais, casos como o da apresentadora Tati Machado, que perdeu seu bebê no final da gestação em maio de 2025, mostram que esse tipo de perda ainda é uma realidade que precisa ser discutida com mais empatia e informação.

Assim como ela, a atriz e comediante Micheli Machado também enfrentou publicamente o luto pela perda de seu bebê. Ao compartilharem suas histórias, essas mulheres ajudaram a romper o silêncio em torno do luto gestacional, dando voz a milhares de mães que sofrem caladas — e que, muitas vezes, não sabem sequer que têm direitos garantidos por lei, mesmo após a perda.

Neste artigo, você vai entender:

  • O que caracteriza o óbito fetal no fim da gestação;
  • Quais são as causas mais comuns dessa perda tardia;
  • Quais direitos a mãe tem, mesmo sem o nascimento com vida;
  • Como lidar com os aspectos emocionais do luto gestacional;
  • E onde encontrar apoio emocional e legal neste momento tão delicado.
Porque toda mãe que ama seu filho — mesmo que ele não tenha respirado fora do útero — merece acolhimento, respeito e informação.

Celebridades e o Poder da Visibilidade

Tati Machado e Micheli Machado, ao exporem suas perdas com coragem e empatia, deram voz a milhares de mulheres que vivem silenciosamente essa dor. A visibilidade do tema ampliou o debate sobre:

  • Atendimento humanizado em hospitais;
  • Direito ao luto respeitado;
  • Importância da rede de apoio.

Suas histórias não apenas comoveram, mas educaram o país sobre a gravidade e frequência do óbito fetal tardio.

O Que É o Óbito Fetal no Fim da Gravidez ou Óbito Fetal Tardio?

📌 O que é considerado óbito fetal no Brasil?
No Brasil, considera-se óbito fetal quando o bebê falece no útero após 22 semanas de gestação ou com peso igual ou superior a 500g.

O óbito fetal tardio ocorre quando o bebê falece dentro do útero após a 22ª semana de gestação ou com peso superior a 500g, conforme classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nessa fase, o bebê já está plenamente formado, com batimentos cardíacos monitorados e, em muitos casos, com o parto já sendo planejado.

Esse tipo de perda não é raro. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registra milhares de casos por ano, o que torna fundamental a discussão pública sobre causas, prevenção e amparo às famílias.

Causas Possíveis da Perda Gestacional no Final da Gravidez

Representação médica — ultrassom ou exame pré-natal.
Cuidado, diagnóstico e prevenção.
📌 Quais são as causas mais comuns da perda gestacional tardia?
Insuficiência placentária, pressão alta, infecções, diabetes descontrolado e problemas no cordão umbilical estão entre as principais causas.

Embora muitas vezes a causa exata do óbito fetal não seja identificada, algumas situações estão entre as mais comuns:

1. Problemas na Placenta

A insuficiência placentária impede que o bebê receba oxigênio e nutrientes suficientes, podendo levar ao óbito. Também podem ocorrer descolamentos prematuros ou anormalidades na implantação.

2. Distúrbios Hipertensivos

Doenças como a pré-eclâmpsia e eclâmpsia comprometem o fluxo sanguíneo para o feto, aumentando o risco de óbito fetal.

3. Diabetes Gestacional Mal Controlado

Quando não tratado corretamente, o diabetes pode afetar o desenvolvimento fetal e gerar complicações graves no final da gestação.

4. Infecções Intrauterinas

Infecções como listeriose, toxoplasmose, citomegalovírus e outras podem atravessar a placenta e afetar diretamente o bebê.

5. Anomalias Genéticas ou Congênitas Graves

Em alguns casos, a própria formação do bebê apresenta alterações incompatíveis com a vida intrauterina.

6. Complicações no Cordão Umbilical

Enrolamentos ou compressões do cordão umbilical podem interromper o suprimento de oxigênio e causar morte súbita.

7. Trauma ou Acidente

Acidentes domésticos, quedas ou pancadas podem desencadear complicações fatais para o bebê, especialmente no fim da gestação.

Mesmo com acompanhamento pré-natal adequado, nem todos os casos podem ser evitados. Por isso, a atenção aos sinais e a escuta ativa da gestante são cruciais.

Direitos da Mãe Após o Óbito Fetal

📌 A mãe tem direito à licença-maternidade mesmo com a perda?
Sim. A legislação brasileira garante licença-maternidade de 120 dias mesmo em casos de natimorto ou óbito fetal.

O ordenamento jurídico brasileiro garante que, mesmo diante da perda, a mãe tem direito à:

📌 Licença-maternidade de 120 dias

O direito está previsto no artigo 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Isso vale mesmo nos casos em que o bebê falece antes ou durante o parto.

📌 Salário-maternidade

As seguradas do INSS (inclusive MEIs e autônomas) têm direito a receber o salário-maternidade durante o período da licença.

📌 Estabilidade no emprego

A gestante demitida após comunicar a gravidez — mesmo que tenha sofrido perda fetal — tem garantia de estabilidade por até cinco meses após o parto (natural ou não).

📌 Assistência à saúde física e mental

É obrigação do sistema de saúde oferecer acolhimento e acompanhamento médico, psicológico e social à mulher que passa por essa perda.

Esses direitos são fundamentais para que a mulher tenha tempo e suporte adequado para se recuperar física e emocionalmente.

Aspectos Emocionais: O Luto Gestacional Existe e Precisa Ser Reconhecido

A perda de um bebê no final da gestação representa uma dor intensa, única e, muitas vezes, invisível aos olhos da sociedade. Mesmo sem o nascimento com vida, o vínculo materno e familiar já estava presente — com sonhos, planos, nomes escolhidos, enxoval preparado e uma expectativa imensa pela chegada do novo membro da família.

Essa dor tem nome: luto gestacional.

O que é o luto gestacional?

Mulher sozinha deitada na cama, em ambiente escuro e silencioso.
Luto, solidão e impacto emocional.

O luto gestacional é o processo de dor emocional vivido após a perda de um bebê durante a gravidez, no parto ou logo após o nascimento. Ele é muitas vezes subestimado ou silenciado por frases como:

  • “Você é jovem, pode tentar de novo.”
  • “Pelo menos aconteceu antes de nascer.”
  • “Foi melhor assim, não era para ser.”

Essas expressões, mesmo ditas com boas intenções, invalidam a dor real da perda e dificultam a vivência saudável do luto.

Por que é tão doloroso?

  • A mãe já desenvolveu um vínculo afetivo profundo com o bebê, mesmo antes do nascimento.
  • Há uma quebra abrupta de expectativas, sonhos e planos.
  • Muitas vezes, a mulher culpa a si mesma, mesmo sem fundamento, por algo que não pôde evitar.
  • O entorno social frequentemente não reconhece o luto, o que agrava o sofrimento e isola a mãe.

Sintomas emocionais comuns

Após a perda gestacional, é comum que a mãe (e o pai) enfrentem sentimentos como:

  • Tristeza profunda, acompanhada de crises de choro.
  • Sentimento de culpa, mesmo que não haja causa identificável.
  • Raiva, contra o próprio corpo, contra o sistema de saúde ou contra Deus.
  • Ansiedade e medo de uma nova gestação.
  • Depressão e desmotivação para atividades do dia a dia.
  • Dificuldade para dormir e alterações no apetite.

➡️ Vale lembrar: cada pessoa reage de maneira diferente. Algumas mães enfrentam o luto de forma mais silenciosa, outras buscam falar e expor sua dor. Todas as formas são válidas.

📌 Como lidar com o luto gestacional?
Validar a dor, buscar apoio psicológico, acolhimento familiar e entender que o luto gestacional é real e precisa ser respeitado são passos fundamentais.

Como lidar com o luto gestacional?

  1. Permita-se sentir. Não existe um “prazo certo” para superar. Chorar, se isolar por um tempo ou querer falar sobre o bebê são formas saudáveis de expressão emocional.
  2. Procure apoio psicológico. Psicólogos especializados em perdas gestacionais podem auxiliar na compreensão e no enfrentamento do luto.
  3. Apoie-se na rede de afeto. Conversar com familiares ou outras mães que passaram por algo parecido pode ser reconfortante.
  4. Evite comparações. Cada história é única. Respeite seu tempo.
  5. Cuide da sua saúde física. Após o parto de um natimorto, o corpo também passa por transformações hormonais. Mantenha o acompanhamento médico.
  6. Ritualize a despedida. Dar nome ao bebê, escrever cartas ou plantar algo simbólico pode ajudar no processo de elaboração do luto.

O papel da rede de apoio

Mãos dadas entre médica e gestante
Apoio, empatia e acolhimento.

Se você convive com uma mulher que passou por essa perda, evite julgamentos e ofereça um espaço de escuta. Algumas atitudes que podem ajudar:

  • Diga: “Sinto muito pelo que você está passando. Estou aqui para você.”
  • Evite frases como “logo você engravida de novo.”
  • Pergunte se ela gostaria de falar sobre o bebê. Nomear o filho é uma forma de validar sua existência.

Onde Encontrar Apoio e Informação

❤️ Redes de Apoio a Mães que Sofreram Perda Gestacional

🔗 Instituto Abraço – SP e Brasil
Acolhimento psicológico para mães e pais em luto.
👉 www.institutoabraco.org

🔗 ONG Amada Helena (apoio a mães de anjo)
Instagram: @amadahelenaong

🔗 Grupo de Apoio Luto Gestacional e Neonatal – Facebook
👉 Procure no Facebook: “Grupo Luto Gestacional Neonatal Brasil”

🔗 Livro gratuito “Luto Gestacional – Um Amor que Não Morre”
👉 luto.unifesp.br

Leia também: Plano de parto, o que é e porque precisa ter um.

Conclusão: Toda Dor Merece Reconhecimento

O óbito fetal no fim da gravidez é uma experiência devastadora que marca para sempre a vida de uma mãe. Ainda que o bebê não tenha respirado fora do útero, ele existiu, foi amado e continuará fazendo parte daquela história.

Informar-se sobre os direitos, buscar apoio emocional e compartilhar experiências são caminhos importantes para transformar dor em consciência — e, sobretudo, para garantir que nenhuma mulher precise enfrentar esse momento tão duro sem suporte.

Você não está sozinha.

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Leia também: Nova Lei Trabalhista 2025.

Perguntas Frequentes (FAQ)

🤰 Óbito fetal e natimorto são a mesma coisa?

Não exatamente. O óbito fetal ocorre antes ou durante o parto, enquanto o natimorto é o nascimento de um bebê já sem vida após a 22ª semana.

🧾 Preciso de atestado médico para garantir meus direitos?

Sim. Um atestado médico detalhado e a certidão de natimorto são essenciais para acessar benefícios como licença-maternidade e auxílio-doença, se necessário.

💬 Posso tentar engravidar novamente após um óbito fetal?

Depende do caso. O ideal é aguardar a avaliação médica completa para compreender as causas e preparar o corpo e o emocional para uma nova gestação.

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